Month: Setembro 2013

Arte para tocar

O Museu de Belas Artes de Bilbao dá acesso a um sistema que introduz texturas e relevo a reproduções lisas das suas obras. Direcionado a pessoas com pouca visão ou a invisuais.

Didú. É o nome proposto pela inovadora técnica implantada pelo museu, através do patrocínio de Iberdrola, que irá permitir, através do tato, o acesso aos invisuais a diversas obras de arte da colecção do centro.

Até agora, as obras que foram aplicadas a esta iniciativa são cinco:

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La Anunciación, de El Greco

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San Sebastian curado por las Santas mujeres, de José de Ribera

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Mother Holding a child in her arms de Mary Cassatt

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Lot y sus hijas de Orazio Gentileschi

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Lying figure in mirror de Francis Bacon.

Didú foi desenvolvida pela empresa Estúdios Durero com sede em Bilbao, e permitiu inserir texturas e relevo de uns cinco milímetros em imagens lisas.

O processo que foi realizado a partir de uma fotografia da imagem alta resolução. Depois é escolhida a textura e os volumes mais adequados para guiar as mãos do invisual. Neste sentido, pequenos pormenores, aparentemente insignificantes podem ser fundamentais para a compreensão da composição o do tema de cada quadro.

Após umas quarenta horas de trabalho em cada imagem, os volumes e as  texturas são definidos e impressos com uma tinta especial. Em seguida, num processo de umas doze horas, é aplicado um processo químico que consegue dar volume a elementos inicialmente planos. Por cima deste, é impressa a imagem real e com as cores originais num tamanho de uns 80 x 120 cm, tamanho adequado para poder ser percorrida e tocada com as mãos.

Deste modo, os objectos planos adquirem tridimensionalidade e o quadro fica reproduzido em relevo de modo que, através do tato, se possam explorar as texturas destas reproduções. Ao mesmo tempo os pormenores temáticos ficam explicados com a ajuda de áudio-guia, em Euskera (basco), castelhano ou inglês desenvolvido especialmente para dirigir a interpretação táctil da pintura.

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Finalmente, e com o objectivo de provocar consciência da natureza social desta actividade, o museu de Bilbao, vai por à disposição do público uma mascara para os olhos no sentido que todos possam experimentar o potencial do tato.

O departamento de educação deste centro conta desde 2008 com o apoio de iberdrola para realizar percursos na sala e workshops de experimentação, dirigidos a pessoas com dificuldades visuais, intelectuais e a outros com necessidades espaciais.

video:

http://youtu.be/w9Z1gZ1y0zs

tradução Carolina Freitas . 24/09/2013

http://www.masdearte.com/index.php?view=article&catid=37&id=16049&option=com_content&Itemid=26

São Paulo, um destino atrativo e acessível para o turismo by Ricardo Shimosakai

São Paulo, um destino atrativo e acessível para o turismo by Ricardo Shimosakai

Orientadores culturais passam explicações através de Libras em visita guiada no Museu de Arte Moderna

São Paulo, maior cidade da América do Sul, famosa pelos eventos que realiza, tem seu charme e vale ser explorada turisticamente. Variedade e quantidade são algumas de suas características, e por ser a cidade onde se encontram as principais lideranças do movimento de pessoas com deficiência, muita coisa que gira em torno da acessibilidade e da inclusão acontece por aqui, tornando esse destino, apesar das dificuldades que toda cidade de grande porte possui, a mais acessível do Brasil.

O metrô de São Paulo é um dos melhores do mundo, já que todas as novas estações são acessíveis, além das antigas estarem em fase de adequação. Diversos ônibus têm sistemas de elevadores, ou então piso baixo com rampa escamoteável. Além disso, há táxis adaptados com plataformas automotivas, em carros no formato de minivan.

Alguns locais merecem destaque, como a Pinacoteca, museu de arte mais antigo da cidade e certamente um dos mais importantes do País. Possui o Programa Educativo para Públicos Especiais (PEPE), que visa garantir a possibilidade de fruição da arte por pessoas com necessidades especiais – sensoriais, físicas ou mentais – por meio de estímulos multissensoriais e lúdicos.

O Teatro Vivo exibe peças teatrais com áudiodescrição, técnica que descreve detalhes de um espetáculo, como cenários, ambientes e personagens. Por meio de um fone de ouvido, voluntários narram aos espectadores com deficiência tudo o que ocorre em cena.

A Biblioteca de São Paulo, localizada no Parque da Juventude, possui microcomputadores que têm programas leitores com voz sintetizada, interligados em rede a uma impressora braille, equipamentos para cegos que permitem a leitura automática de documentos impressos. Há, ainda, linha braille, ampliadores eletrônicos para pessoas com baixa visão, mesas táteis para comunicação alternativa e aumentativa, folheadores automáticos de livros e revistas e mesas com regulagem de altura e profundidade, projetadas para pessoas com deficiência motora.

O Mercado Municipal possui 12,6 mil metros quadrados de área construída, abriga 1,6 mil funcionários, que movimentam 350 toneladas de alimentos por dia em seus 291 boxes, e recebe uma média diária de 14 mil visitantes. Apesar de ser um local tombado como bem cultural de interesse histórico-arquitetônico, foi reformado e adaptado à acessibilidade. Vale lembrar que é internacionalmente conhecido pelos seus famosos pastéis de bacalhau e sanduíches de mortadela.

Fonte: Visite São Paulo

Ricardo Shimosakai | 23/09/2013 às 11:00 | Etiquetas: acessível, atrativo, destino, são paulo, turismo | Categorias: acessibilidade | URL: http://wp.me/pSEPi-4mr

Deficiência visual não é impedimento para turismo

Deficiência visual não é impedimento para turismo

A maquete da Torre de Belém pode ser tateada e dar uma melhor noção de tamanho e localização a uma pessoa com deficiência visual

Viajantes cegos contam suas experiências e afirmam que nem todos os locais estão preparados para receber bem estes turistas

Milão é uma cidade de pessoas elegantes. Londres é úmida. Em Amsterdã, as bicicletas tomam conta do trânsito. Já em Genebra, o jato d’água parece buscar o contato com as nuvens.

Essas são impressões de um viajante que não enxerga, mas sente. O maratonista Vladmi dos Santos, 40 anos, é cego. O que não o impede de ser turista. Viajante nato, que buscou girar mundo na Marinha do Brasil, Vladmi perdeu a visão em 2005, devido a um problema degenerativo. Gravou na memória imagens da costa brasileira e de países vizinhos. No entanto, aprendeu a ser turista de fato desse jeito.

— Passei a valorizar detalhes, a viver mais o momento. Com o tato e os sons das ruas, vou desenhando em minha mente a paisagem — explica Vladmi, que busca vaga nos Jogos Paraolímpicos de Londres, em 2012.

Ao viajar para competir, ele une esporte e turismo. Já esteve em Milão, Trieste, Genebra, Londres, Frankfurt e Amsterdã. Em 16 de setembro, irá a Berlim participar da maratona da cidade.

Roteiros delineados em sons, toques, aromas e gostos, auxiliados pela bengala e pelas descrições dos guias, companheiros nas corridas.

— Enquanto treinamos, o guia vai descrevendo para mim como são os lugares. As imagens ficam muito belas na minha mente — conta Vladmi.

Além da ausência da visão, o maratonista depara com o desafio imposto a qualquer turista com deficiência visual: superar a falta de acessibilidade. Não são todas as cidades que ofertam calçadas adaptadas, sinais sonoros no trânsito, pontos turísticos com guias em áudio, restaurantes e hotéis com cardápios e carta de serviços em braile.

— Em um hotel sem indicação em braile ou sonora no elevador, como um cego consegue se locomover sozinho? — questiona Moises Bauer Luiz, presidente da da Organização Nacional de Cegos do Brasil ( ONCB). — Quem estiver atento às necessidades de qualquer pessoa com deficiência encontrará um bom filão de consumidores.

Gastronomia local é uma importante aliada

O advogado Francimar Maia, 63 anos, nasceu cego. Lida com a falta de acessibilidade há décadas, o que não o segurou em casa. Esteve em capitais brasileiras, no Nordeste, em cidades do Mercosul, além de Portugal, Espanha, França e Irlanda, onde atualmente vive sua filha.

Em seus giros, conheceu Lisboa caminhando, com ajuda da bengala e das informações coletadas com os portugueses. Uma maquete o ajudou a ter ideia do formato da Torre de Belém. No local, devorou seus famosos pastéis.

— São únicos ( os pastéis). A gastronomia nos ajuda a conhecer uma cultura — opina Francimar, que recentemente esteve na serra gaúcha e já estuda futuros roteiros. — Viajar é intenso. O cego precisa viver essa experiência.

Fonte: http://turismoadaptado.wordpress.com/2013/09/19/deficiencia-visual-nao-e-impedimento-para-o-turismo/

Museu da Comunidade Concelhia da Batalha abre com acessibilidade para todos

Guias multimídia dão condições para uma visita autônoma à pessoas que se comunicam em língua de sinais

Publicado por: Ricardo Shimosakai | 18/06/2013

Guias multimídia dão condições para uma visita autônoma à pessoas que se comunicam em língua de sinais

O Museu da Comunidade Concelhia da Batalha abre para mostrar a história do município e permitir que Todos os visitantes se sintam incluídos no espaço.

Segundo António Lucas, presidente de câmara da Batalha, “Este é um projecto que está preparado para que todos os deficientes possam usufruir deste espaço, invisuais, surdos, deficientes motores”, considerando a inclusão uma “componente fundamental” do primeiro museu municipal do concelho.

“Pelo edifício, de dois pisos, no qual há um espaço para os cães-guia descansarem, um trilho conduz os visitantes cegos à descoberta do museu, onde também podem conhecer, através de maquetas, a construção do Mosteiro da Batalha.

Para estes, além de outro acervo táctil, originais ou réplicas, o museu disponibiliza igualmente áudio guias e informação em Braille, enquanto que para os surdos o futuro reserva tradução em língua gestual, nomeadamente através de vídeo guias“.

O museu está assim preparado para oferecer às pessoas que o visitam uma série de soluções que permitem que se sintam incluídas no espaço. As soluções passam pelo tacto e pela voz, e, quem sabe, no futuro, pelo cheiro.

O slogan do espaço é “Um museu de todos”, e está localizado no centro da vila da Batalha, dividindo-se por cinco áreas temáticas. A primeira começa com a formação do território e termina na Batalha de Aljubarrota, passando pela geologia, paleontologia ou arqueologia.

Nesta área, destaca-se o espaço dedicado à vila romana de São Sebastião do Freixo (Collipo) e a estátua do Magistrado Romano e o Mosaico do Hipocampo.
Uma tela do artista Mário Santa Rita sobre a Batalha de Aljubarrota, cuja vitória dos portugueses determinou a construção do Mosteiro da Batalha, abre caminho ao piso superior do museu e à segunda área temática.

Por sua vez, a construção do monumento é contada numa projecção multimédia e o espaço inclui um conjunto de objectos relacionados com os poderes real e religioso, como o sistema de pesos e medidas do rei D. Manuel I, o verdadeiro e uma cópia.

Através de uma maqueta interactiva, que reproduz o município em termos topográficos, os visitantes são convidados a descobri-lo através de seis vídeos promocionais que mostram, por exemplo, o artesanato, a gastronomia ou o património.

Também existe um espaço dedicado a exposições temporárias, que abre com uma mostra sobre o ensino no concelho, e o laboratório da memória futura completam o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha.

Ver:

 

Fonte: ajudas

http://turismoadaptado.wordpress.com/2013/06/18/museu-da-comunidade-concelhia-da-batalha-abre-com-acessibilidade-para-todos/

“NÃO VER PARA CRER”.

A Associação Íris Inclusiva, em parceria com a plataforma ///popcorn///, apresenta o projecto“NÃO VER PARA CRER”.

O objectivo deste projecto é sensibilizar e (in)formar) para a inclusão de cidadãos cegos e amblíopes através da experimentação e estimulação dos sentidos.

Numa sociedade onde o sentido da visão é sobrevalorizado, pretende-se (In)formar para a diferença, isto é, mostrar os obstáculos vividos por estes cidadãos, fazendo com que todos experimentem e sintam essas dificuldades. Só pela percepção da diferença nos poderemos tornar agentes activos na inclusão!

O projecto propõe a criação de uma instalação artística, que possa servir de ponto de partida a uma reflexão individual e colectiva acerca de conceitos como a diferença e a inclusão. Essa estrutura móvel será instalada em espaços públicos, ou outros cujas valências se possam cruzar com os objectivos de sensibilização propostos, e proporcionará, num primeiro momento, uma experiência sensorial, conduzindo as pessoas na experimentação de diversas dificuldades associadas à cegueira e, num segundo momento, a exploração de elementos audiovisuais, numa exposição que complementará essa experiência.

Pretende-se o envolvimento da comunidade escolar nesta iniciativa, pelo que serão organizadas visitas de estudo aos locais onde a estrutura estará implantada temporariamente, procurando ir, de certo modo, ao encontro de cada agrupamento de escolas e educar para a diferença. Propõe-se ainda o recurso a um plano educativo, paralelamente à visita ao espaço expositivo, de forma a potenciar o seu valor pedagógico e a reflexão/acção a partir do vivido. Inicialmente, este será apresentado às escolas do distrito de Viana do Castelo, para ser implementado junto dos alunos do 2º e 3º ciclos.

De forma complementar e paralela, poderá também existir uma programação cultural aberta à população em geral.

Criar um espaço de convergência para a causa da cegueira, mobilizando a participação de diferentes sujeitos e contextos (escolar, social, empresarial), através de acções baseadas na inovação e criatividade, são alguns dos objectivos desta iniciativa.

Essencialmente, ambiciona-se consciencializar para a necessidade da mudança de comportamentos, atitudes e mentalidades face à diferença, contribuindo para uma sociedade mais harmoniosa e igualitária.


Quer esperar para ver?

Brevemente, mais informações

http://www.irisinclusiva.pt/504Imagem

Pedipaper ÍRIS

Pedipaper ÍRIS

Pedipaper ÍRIS

Local
Centro da cidade de Viana do Castelo

Data
12/10/2013

Hora
14:00 horas

No próximo dia 12 de Outubro a Íris Inclusiva promove, pela primeira vez, um pedipaper cujo percurso levará os participantes a alguns dos locais mais emblemáticos do centro de Viana do Castelo. A concentração está marcada para as 14 horas, junto ao Iate Bar, local onde serão distribuídas às equipas todas as informações necessárias.

A iniciativa, que conta com a parceria da Associação Guias de Portugal e com o apoio da autarquia e de várias empresas e associações locais, pretende proporcionar a TODOS momentos de pura diversão, ao mesmo tempo que convoca os valores da inclusão e da participação e contribui para a divulgação e promoção do património histórico da cidade.

As inscrições podem ser feitas até ao dia 7 de Outubro em http://www.irisinclusiva.pt, ou através do email geral@irisinclusiva.pt ou do telemóvel 968 299 344.

No final do evento haverá um prémio surpresa para os elementos da equipa vencedora.

Íris promove projecto na área da museologia inclusiva

2013-09-04
Teve início esta semana o projecto “Entre, pare e toque”, promovido pela Íris Inclusiva em parceria com o Município de Viana do Castelo e o Município de Ponte de Lima e cofinanciamento do Programa de Financiamento a Projectos pelo INR, I. P. e da Fundação Caixa Agrícola.

O projecto, que decorrerá até finais de Dezembro, pretende contribuir para tornar alguns espaços museológicos do território mais acessíveis aos visitantes cegos e com baixa visão e fomentar a participação deste público, numa perspectiva de plena fruição cultural.

A primeira acção está já agendada para o dia 21 de Setembro, no Museu de Artes Decorativas, sendo de salientar que o projecto envolverá também o Museu do Traje, a Casa dos Nichos, o Museu dos Terceiros e o Museu do Brinquedo Português.